Essa coletânea tem como ambição indicar novos horizontes para a pesquisa em Análise Econômica do Direito no Brasil, duas décadas após o seu início. Os capítulos trazem discussões que se tornaram presentes nos últimos anos, e que demandam urgência por pesquisas rigorosas e debates qualificados. Sem deixar de lado os temas clássicos, autores consagrados na AED do país fazem análises de objetos como a regulação de aplicativos, a judicialização da saúde, blockchain, a pandemia do COVID-19, entre outros. 'Nada como ir a Brasília, a trabalho, especialmente no setor público, para se descobrir as vantagens do diálogo entre economia e direito. Os economistas rapidamente descobrem que a política econômica não é feita no vácuo, mas dentro dos marcos institucionais e jurídicos de um Estado de Direito, que o economista deve conhecer em seus aspectos formais e institucionais. E os advogados aprendem que o Direito não é um universo paralelo imune ao que se passa no mundo prático da economia e das relações sociais em geral. O Direito pode ser visto como um outro idioma que, todavia, descreve e ordena a mesma realidade observada pelos economistas com o auxílio de seus próprios instrumentos. É claro que esses profissionais devem dialogar com mais frequência, aprender sobre o outro, navegar na outra disciplina, inclusive e principalmente pois assim se tornam melhores profissionais. Já foi muito pior no passado, naquela época longínqua da hiperinflação, quando os economistas só tinham soluções inconstitucionais e os advogados não conversavam com ninguém e tinham medo de números. As coisas mudaram nos anos subsequentes, e volume que o leitor tem diante de si celebra esses progressos agrupando apóstolos do credo da interdisciplinaridade em torno de diversos temas cruciais.' Gustavo Franco