Um povo aterrorizado pela iminência do fim do mundo: no espírito de muitas pessoas, esta imagem do Ano Mil ainda hoje permanece viva, o que prova que os esquemas milenaristas ainda não perderam completamente na nossa época o seu poder de sedução na consciência coletiva. Servindo-se de uma abundante e vastíssima documentação, o autor procura reconstituir neste livro um quadro suficientemente amplo do Ano Mil, nos seus aspetos mais característicos: apocalíptico, prodigioso, místico, maniqueísta, etc. Em resposta a uma historiografia romântica que aí não descobre mais do que trevas, barbárie e superstição, Duby discerne neste período um novo arranque para a sociedade e as letras europeias. Além do comprovado valor desta obra como instrumento de estudo, desperta-se aqui um renovado interesse nas abordagens humanas das passagens de época, tempos de esperança e temor.